SÉRIE:
6° ANO TEMA: SOMOS RELIGIOSOS
1.
A LIBERDADE RELIGIOSA
O ser humano nasce para ser
livre e a liberdade é um direito seu. O direito à liberdade de escolha que pode
acontecer:
- Na área profissional:
escolher uma profissão;
- No lazer: passar o tempo
livre praticando algum esporte, indo ao cinema ou a um show;
-Na vida pessoal: gostar de
um tipo de roupa, música, calçado, leitura;
- Na política: direito do
voto;
- Na religião: participar de
uma comunidade ou grupo religioso.
Definição
de Liberdade Religiosa
É o direito da pessoa de
seguir a sua própria consciência e agir conforme ela. A pessoa não é obrigada a
fazer ou deixar de fazer algo que vai contra a sua consciência. Da mesma forma,
ela pertence a uma religião por opção, que se constrói desde sua infância, pelo
testemunho e exemplo de vida no ambiente da família e da comunidade.
A liberdade de opção e
expressão religiosa é um direito de toda pessoa, porque por meio da religião as
pessoas conseguem respostas para compreender a si mesmas e para compreender o
mundo e as coisas que acontecem nele.
Por exemplo:
- Por que existe tanto
sofrimento?
- Por que existem tantas
pessoas tão pobres?
- O que posso fazer para que
este mundo seja melhor?
As respostas muitas vezes
não satisfazem, sempre aparece um “POR QUÊ?”.
No entanto as religiões
colaboram para que as pessoas tenham esperanças e vivam na busca da felicidade.
Em épocas e lugares
distintos, pessoas diferentes buscaram respostas a esses “por quês?”. Surgiram
assim as várias religiões. Diante dessa realidade, percebe-se que existem várias denominações religiosas.
As diferenças existentes
entre as várias religiões não significam maior ou menor valor de uma para
outra. Elas estão na mesma busca de responder aosmesmos “POR QUÊS?” das pessoas
e de orientá-las para uma vida mais humanae fraterna, embora as respostas
possam aparecer de formas diferentes.
As diferenças religiosas
aparecem porque as religiões nasceram em lugares, épocas e com pessoas
diferentes. Nos dias de hoje você pode encontrar amigos seus que pertencem a
uma religião diferente da sua.
Embora existam tantas
diferenças entre as religiões, encontram-se também muitas semelhanças entre as
pessoas e as religiões. Algumas dessas semelhanças são a busca do bem, a
prática da caridade, o senso de justiça, a vivência do amor, entre outras. A
Liberdade de escolha e expressão religiosa faz com que se respeita o direito de
escolher e seguir uma religião se respeite a pessoa que é de outra religião, se
busque a vivência do bem, da paz, do amor, entre todos.
2. DIVERSIDADE RELIGIOSA
A religião faz parte da vida
das pessoas. Porém, você já pode notar que existem várias religiões e as
diferenças entre elas podem ser inúmeras. Embora existam tantas diferenças, as
religiões possuem algum em comum. Desde a sua origem, o ser humano quer estar
mais próximo de Deus e unir-se a Ele. Assim, desde o início da humanidade, o ser
humano vem elaborando lendas, histórias, narrativas, para explicar e entender a
Deus. No decorrer da história, os povos elaboraram muitas crenças. Em certas
épocas e culturas, as pessoas acreditam que Deus se manifesta pela força do
raio e do trovão, pelo poder do Sol em aquecer e fazer germinar as sementes,
pela claridade que a Lua produz. Em outras, as pessoas acreditam que Deus é o criador
do mundo e de tudo o que nele existe. Outras religiões acreditam em divindades
que orientam a vida e oferecem proteção. Assim, percebe-se que os povos têm uma
necessidade de relacionar-se com Deus. Com a diversidade de povos e culturas
surgiram numerosos grupos com expressões religiosas diferentes. Você já sentiu
curiosidade de saber quais são os grupos religiosos predominantes em alguns
países?
Surgimento
de várias religiões
A pessoa humana vive
constantemente em busca de respostas para compreender a si mesma e o mundo que
a rodeia. Em muitas dessas buscas, a resposta é encontrada por meio de uma
experiência religiosa pessoal que se torna fonte de Sabedoria. A história
mostra que muitas pessoas realizaram uma experiência religiosa tão profunda
que, ao ser registrada, passou a servir de doutrina para aqueles que estavam na
mesma busca.
Essa experiência marca o
início de algumas tradições religiosas que reúnem seguidores em torno de
alguém, de um líder, e dos seus ensinamentos, constituindo assim as comunidades
religiosas, que por sua vez organizaram a doutrina, os escritos sagrados, os
rituais, para manter viva a sua crença.
Por isso, nos dias de hoje
podemos encontrar um grande número de tradições
religiosas, como: o hinduísmo, o budismo, o taoísmo, o confucionismo,
que se originaram da sabedoria humana e da experiência vivida no dia-a-dia.
Essas tradições religiosas são chamadas de religiões sapienciais e têm algumas
características em comum, das quais podemos citar:
Sabedoria: Para essas
tradições religiosas, possuir sabedoria é mais do que possuir uma grande
inteligência; é procurar unir o conhecimento com valores humanos e religiosos;
é estar atento à maneira de aproveitar o que sabe para fazer o bem no dia-adia.
Meditação: Para os adeptos
dessas tradições religiosas, a meditação é uma forma de reflexão, de pensar
sobre o que lê, vê e ouve. É uma forma de exercício espiritual, em que se busca
entender o que se leu nos textos sagrados, o que se ouviu de uma pessoa e o que
se tornou presente na sua memória, podendo ser útil para viver melhor e ajudar
outras pessoas a também viver melhor.
Contemplação: Para essas
tradições religiosas, contemplar é buscar compreender, é um jeito de ouvir o
que o Transcendente tem a dizer. O gesto de contemplar significa descobrir o
que o outro, ou alguma coisa tem a me dizer, e não simplesmente encontrar aquilo
que estou à procura. Por exemplo: perceber que uma flor expressa a sua beleza sem
dizer nenhuma palavra.
As religiões sapienciais
buscam nos ensinamentos dos sábios uma maneira mais adequada para viver os
valores no dia-a-dia por eles experienciados. A contemplação e a meditação são
exercícios que proporcionam uma reflexão sobre os seus ensinamentos e levam a
uma prática dos valores para encontrar na experiência dos sábios a fonte da sabedoria
por eles transmitida, que pode ser experienciada pelas pessoas, ainda nos dias de
hoje.
Já as religiões proféticas
têm em comum a origem dos seus ensinamentos que vêm da experiência realizada
por pessoas que receberam as revelações de um Deus, de um ser Transcendente.
Essas pessoas recebem o nome de profetas. As experiências e os conhecimentos
dessas pessoas foram sendo transmitidos para outras, que os receberam e passaram
a confiar nas suas orientações, formando assim as chamadas religiões proféticas.
Na história do judaísmo
aparecem muitos profetas, como Moisés, Jeremias, Isaías. Por meio dos
ensinamentos dos profetas, os judeus acreditam que Deus está presente na
história, agindo em favor de seu povo. Nessa tradição o profeta é reconhecido
como alguém que tem uma missão junto ao povo e que foi chamado para ser
mensageiro e intérprete da Palavra de Deus. A missão do profeta junto à comunidade
era, e ainda é, a de denunciar os erros e anunciar o caminho certo.
O cristianismo tem suas raízes
no judaísmo, pois os cristãos fundamentam a sua crença na experiência religiosa
dos profetas. Foram os profetas que anunciaram que haveria de vir o Messias.
Uma das atividades desenvolvidas por Jesus foi à profética: denunciando as
atitudes contrárias ao Plano de Deus e, ao mesmo tempo, mostrando o caminho a
ser seguido para alcançar a justiça e a paz.
O islamismo também é uma
religião profética e tem suas origens no judaísmo e no cristianismo, pois
considera Abraão, Moisés e Jesus como profetas; no entanto, o maior e mais
importante para essa tradição é Maomé. Para os muçulmanos, Maomé é o profeta,
aquele que recebeu a mensagem de Alá para ser transmitida a todas as pessoas e que
está escrito no Livro Sagrado, chamado Alcorão.
O pluralismo religioso é uma
condição observada em sociedades nas quais não ocorre a hegemonia de uma única
religião, ou a hegemonia religiosa tende a desaparecer. Pode ser considerada
uma consequência da democratização das sociedades, que considera todos os sujeitos
religiosos como legítimos. Sociedades democráticas reconhecem o direito à
diferença dos indivíduos e grupos sociais. Nestas sociedades os grupos
religiosos são chamados ao reconhecimento e à convivência entre as diferentes
denominações. Para estes grupos, o diálogo inter-religioso surge como uma
necessidade e um desafio. Um obstáculo à convivência inter-religiosa é o
fundamentalismo religioso.